Era uma vez uma comunidade jovem de programação, bastante jovem. Os seus criadores e primeiros membros não eram gurus nem profissionais e muito menos leets. No entanto, no seio desta emanava o desejo de inovar e criar, duas palavras desde há muito apresentadas como a verdadeira matéria-prima para os alicerces do edifício do desenvolvimento deste país. Daí proveio a Revista PROGRAMAR…
A ideia surgiu, finalmente, como todas surgem, brilhantemente, por David Pintassilgo, e o final de 2005 acabou agitado e não menos atribulado em longas discussões e questões existenciais. Será que é possível, que conseguimos, que queremos ou sequer podemos?
De facto queríamos, podíamos e conseguiríamos, só precisávamos de alguém que nos mostrasse tal, um pequeno condensador que na sua descarga poria toda a máquina a trabalhar. Sérgio Matias assim nos apresentou quase do nada a 1a edição, uma compilação de alguns tutoriais e artigos espalhados pelo fórum, e todos nós admirámos e contemplámos: era de facto possível!
Torna-se interessante constatar que o nosso projecto, apesar de tudo o que de bom dele proveio, não é nada do outro mundo, mas apenas um pequeno esboço do que uma comunidade pode fazer quando motivada. Porque não há então mais projectos destes? Porque é que a revista PROGRAMAR a ninguém veio fazer concorrência quando foi lançada? Porque não ousam mais os anónimos da web o trabalho sem proveito à vista, mas consequentemente também o sentimento de gratificação pelo que foi feito, que acaba por ser aplaudido? A verdade é que é preciso coragem, a mesma que é necessária quando tudo parece escurecer depois da ideia brilhante ter surgido mas já se encontra nublada por incertezas e medos de trabalho sem proveito e inútil. Que prevaleça então a consciência de que grandes projectos não necessitam de turbos nem nitros, mas apenas de uma mente sonhadora e um pequeno condensador.
Rapidamente continuámos, a alegria do já feito levando a melhor organização, e a revista prosperou com Sérgio Santos a coordenar. 9 Edições passaram-se e a renovação trouxe-me a coordenador. Acompanhando a revista e colaborando desde a 1ª edição devo dizer que passámos por maus bocados que até agora soubemos superar, não por sermos os melhores, muito profissionais ou sabedores, mas sim porque os nossos utilizadores, redactores e colaboradores assim o permitiram. E enquanto o fizerem, continuaremos.
2 Anos de Revista PROGRAMAR, parabéns!
Miguel Pais