Com pouco mais de um ano, edu20 é mais uma ferramenta para o ensino e aprendizagem online. Desenvolve-se em 4 linhas fundamentais: ensinar, aprender, partilhar recursos, e colaborar em comunidade. As funcionalidades existentes são já bastante promissoras, tendo a equipa apostado recentemente na internacionalização de edu20 para promover o seu uso em todo o mundo. A tradução para língua portuguesa é neste momento uma realidade, embora ainda necessite de melhorias. A Revista PROGRAMAR entrevistou Graham Glass, que idealizou e construiu este recurso acessível em http://www.edu20.org.
Revista PROGRAMAR (RP): Como define o edu 2.0? Qual a ideia que levou à construção deste recurso educativo?
Graham Glass (GG): edu 2.0 significa “educação da próxima geração”. A ideia por trás de edu 2.0 foi a de conseguir tornar as tarefas de ensinar e de aprender mais agradáveis e eficientes.
RP: Porquê o nome edu 2.0?
GG: Precisávamos de um nome curto, fácil de lembrar e que fosse reconhecível a nível global. Por outro lado o URL estava livre, o que começa a ser difícil hoje em dia.
RP: Que linguagens de programação e bases de dados utilizam no edu 2.0?
GG: Usamos Ruby on Rails e MySQL. Desenvolvemos em Windows XP, depois colocamos em Linux.
RP: Porquê a escolha de Ruby on Rails e MySQL ?
GG: Os meus conhecimentos anteriores eram de linguagens dinâmicas como Smalltalk e LISP, no entanto também já desenvolvi em Java e C++. Os meus projectos anteriores, ObjectSpace e The Mind Electric, tinham produtos como Voyager e GLUE ambos escritos em Java. Escrevi o primeiro protótipo de edu 2.0 em Java, mas não gostei de ter enormes quantidades de código para fazer coisas simples. Por outro lado, li bastantes artigos elogiando o Ruby on Rails. Por isso comecei a programar com Rails enquanto escrevia o segundo protótipo, ainda em PHP usando código MediaWiki, que também é utilizado na wikipedia. Inicialmente, o código MediaWiki fazia sentido quando o grande foco do projecto se centrava em conteúdo criado pela comunidade, mas com o alargamento da abrangência do projecto, a enorme quantidade de PHP e o código MediaWiki, por vezes confuso, deixou de fazer sentido. Por isso, escrevi a terceira e última versão de edu 2.0 (que é a que está online) em Ruby on Rails e fiquei bastante contente. É sem dúvida a mais agradável experiência de desenvolvimento que já vivi até hoje. Utilizo MySQL para base de dados porque é grátis, estável e rápido. Surgem novas versões com alguma rapidez e é bom ver melhorias ao nível do suporte de escalabilidade.
RP: Fale-nos da implementação de novas funcionalidades.
GG: Apesar do edu 2.0 ter muitas funcionalidades, aquela em que temos investido mais tempo é na internacionalização de toda a estrutura. Queremos permitir que voluntários possam traduzir o site em diferentes idiomas, para isso construímos uma interface web com a qual é fácil trabalhar, permitindo que vários tradutores possam ir traduzindo ao seu ritmo. Graças a esta estrutura, edu 2.0 já está disponível em Inglês, Espanhol, Português, Dinamarquês e Italiano. Esperamos lançar ainda mais 5 traduções antes do fim do ano.
RP: Utilizam algum servidor especial para o edu 2.0?
GG: edu 2.0 corre num servidor Linux normal alojado pela OCS solutions.
RP: O que podemos esperar de edu 2.0 no futuro?
GG: edu 2.0 é grátis, mas neste momento já temos a maior parte das funcionalidades oferecidas por entidades comerciais, tais como salas de aula virtuais, comunidades, trabalho colaborativo, centro de recursos que resulta de contribuições da comunidade, envio de mensagens, testes, currículos, etc. Temos ainda, funcionalidades inovadoras, como a possibilidade de aprendizagem a um ritmo individual. Em breve, vamos ter ainda suporte para áudio e vídeo usando um cliente em flash com um backend Red5. A médio prazo, serão adicionados mundos virtuais para educação permitindo que a aprendizagem se desenvolva em ambientes lúdicos realizando actividades que levam à obtenção de créditos virtuais. A longo prazo, quem sabe?