jQuery: A sua biblioteca JavaScript

Capa do livro jQuery: A sua Biblioteca JavaScript
Título
jQuery: A sua Biblioteca JavaScript
Autor(es)
Editora
FCA – Editora de Informática, Lda.
Páginas
256
ISBN
978-972-722-759-4

Logo quando comecei a ler o livro, ele é claro a indicar que o livro tem intenção de ser para quem está a iniciar a manipulação do DOM usando o jQuery e que o seu objectivo não é mostrar o API extenso do jQuery, mas sim mostrar partes-chave desta biblioteca para ele ser um bom ponto de partida. Ao afirmar isto e, depois, demonstrar- se bem fiel a esse parágrafo ao longo de todo o texto, é um dos elementos-chave que torna este livro realmente muito útil; não só para o seu público-alvo principal, mas também para quem quiser rever alguma parte específica que ele aborda num dos seus bem estruturados capítulos.

Composto por múltiplos capítulos que tornam a aprendizagem lógica e do mais simples ao mais complicado de se conseguir com o jQuery. Começa por introduzir para a funcionalidade mais usada e mais simples, o jQuery, passando pelo AJAX e acabando “tocando” no assunto de como lidar com plugins (só a parte sobre os plugins dava direito a um livro!). Começa por pegar na credibilidade da biblioteca, mostrando porque é que é muito boa ideia usar o jQuery e qual é o papel da biblioteca numa aplicação web. Tudo com um texto bem acessível e direto ao assunto. Logo a seguir, em vez de se atirar imediatamente ao API, o livro continua, agora que já mostrou que o jQuery é a opção a seguir, mostrando como funciona a lógica da interface do jQuery. Isto é um ponto positivo muito forte do livro! Este capítulo dá aos leitores as ferramentas multi-usos que irão necessitar para entenderem o resto do livro. Para mim, este capítulo foi algo que fez com que a leitura dos outros capítulos fosse muito mais fácil para pensar em como aplicar em código e o como é que funciona. E é aqui que se nota no quão direto e conciso este livro é, com uma escrita muito fácil de ler sem falhar nas precisões de que algo deste tipo realmente precisa. Mais um bom ponto é que este livro apela a que se use boas práticas de escrita de código. Um bom exemplo disto, que ainda me lembro muito bem, é o apelar para separar o CSS do Javascript, em que é melhor ter o Javascript a trocar classes no HTML do que andar a alterar “manualmente” como cada elemento se deve apresentar na página. Toda a informação no livro está organizada em: Introdução teórica simplesProblemaE com o jQuery?Como será que jQuery ajuda?O que é que o jQuery oferece para atacar este tipo de problema?Como atacar os problemas deste problema com o jQuery? (mesmo que não use esta nomenclatura). Isso torna o livro muito mais direto para se conseguir aprender e torna-o também num manual de acesso semi-rápido à resolução de problemas usando o jQuery.

É pena, mas este livro tem também umas partes bem negativas que espero que estejam resolvidas em edições futuras. O livro quase não faz referência ao DOM, que seria algo útil para quem já está habituado a lidar com ele e que passou agora usar o jQuery. Não existe exploração sobre como fazer código digamos… “equilibrado” entre quantidade ou complexidade de código e dificuldade no seu processamento por parte do browser, nem truques ou ideias de como melhorar se a velocidade do código estiver a tornar-se um problema por causa da complexidade. Não é dada devida atenção ao pormenor da complexidade dos seletores vs complexidade em selecionar os elementos—só existe uma passagem rápida, demasiado leve, na minha opinião, e incompleta no assunto. Há também partes no livro em que a parte principal que está a ser aplicado é faz o que eu digo, não faças o que eu faço. Um exemplo disso é sobre o fazer cache de um objeto jQuery para uso posterior sem que se tenha que andar a “re-pesquisar” no DOM sempre que a função executa. Embora tenha exemplos que estão a suportar a ideia no sub-capítulo em que isto é referido, parece que é algo que é perdido no resto do tópico, o que acho ser bastante negativo. Embora fazer isto seja mau, não é algo recorrente e acontece em poucos aspectos do livro, mas sinceramente, acho que, no processo de ensino, a melhor opção para tudo é sempre faz o que te digo, faz o que eu faço contrariando o provérbio.

Resumindo, este livro sobre jQuery é um livro de não deve, de modo algum, ser ignorado e é uma das melhores leituras sobre uma biblioteca que já alguma vez li, não só comparando com o que já li para Javascript, mas também o que já li para outras linguagens de programação.

Publicado na edição 40 (PDF) da Revista PROGRAMAR.