Lorem ipsum

Os anos passam, mais um ano termina, e esta edição é a última do ano, com toda a nostalgia que isso possa trazer. Não obstante, o passar do tempo, significa que se evoluiu, se cresceu, se acrescentou algo, se viveu, se aprendeu, se mudou, sem esquecer de onde se veio.

Nesta edição escolhi para título o Lorem ipsum, pelo contexto histórico do texto normalmente conhecido por Lorem ipsum, mais concretamente o seu contexto ligado à tecnologia. Há algumas gerações atrás, um dos mais conhecidos softwares de desktop publishing, disponível para Macintosh e Windows, chamado PageMaker, da Aldus Corporation, fazia as delícias de jornalistas, escritores, autores, entusiastas e demais público, que vivia “fascinado” com o grande salto tecnológico que se vivia na década de oitenta do século passado, apresentava como texto padrão para alinhamento e formatação: o Loren ipsum. Este texto não é mais do que um misturar de palavras em grego, de um texto do século primeiro antes de Cristo, intitulado Finibus Bonorum et Malorum (A Origem do Bem e do Mal), escrito por Cícero, adaptado por Richard McClintock, como resultado de uma pesquisa que fez, de uma das palavras mais obscuras do latim (consectetur), criando um texto que não faça sentido algum, seja ele sintáctico ou gramatical. Este texto é ainda nos dias de hoje usado como texto padrão para ajuste de dimensões durante as fazes de paginação de obras de diversos tipos.

Saindo um pouco do contexto histórico do “tratado” de onde vem o comum “Lorem ipsum”, esta escolha prendeu-se com uma sincera falta de inspiração para escrever o editorial! Poderá ser uma branca, poderá ser uma “falha”, poderá ser um milhão de coisas que não vos sei explicar, mas certamente que todos nós programadores, autores, redactores, Humanos, passamos por este tipo de “brancas” de vez em quando, como se “perdêssemos” os apontadores, ou os índices de uma tabela de alocação e deixássemos por momentos de conseguir escrever.

Nessa falta de inspiração pensei o que escrever e para não deixar literalmente o texto: “Neque porro quisquam est qui dolorem ipsum quia dolor sit amet consectetur adipisci velit “ escrevo este breve editorial recordando o texto padrão, e a tecnologia que o “imortalizou” e que agora é parte da história comum de todos nós (a história da informática).

Sendo o texto original de Cícero, um “tratado” muito usado na renascença, na pesquisa do saber do conhecimento, da inovação, da busca de novos horizontes e conhecimentos e em virtude de ser quase final de ano, aproveito para desejar a todos os que lêem, participam, colaboram, trabalham, nesta nossa e vossa publicação que é a Revista PROGRAMAR, os votos de um feliz criativo 2015, cheio de tudo aquilo de bom que nos é querido, de inovações e alegrias, de evolução e conhecimento, na busca de todos que é a Felicidade!

Até à próxima edição.
António Santos

Publicado na edição 47 (PDF) da Revista PROGRAMAR.