Em Julho de 2007, já lá tão longe no tempo regular, mas tão perto na escala temporal da revista Programar, há portanto 9 edições, quase 2 anos, algo aconteceu na revista Programar. A sua primeira grande mudança havia ocorrido e a sua estabilidade seria posta à prova nas futuras edições. Isto porque uma das principais figuras deste projecto, o seu primeiro coordenador Sérgio Santos, acabava, não de abandonar, que projectos destes não se abandonam, mas sim passar o seu cargo juntamente com todos os seus conhecimentos acumulados ao longo de mais de ano e meio à frente deste projecto… a mim.
Quem era eu? Melhor, quem éramos todos nós quando este projecto começou? Nada mais que simples jovens no seu mais puro estado de amadorismo (em que ainda nos encontramos) mas com uma vontade que os fazia vingar na realização dos seus projectos. Este foi um deles. Quem diria que rapazes ainda não na sua maioridade conseguiriam a perseverança, a vontade, ou simplesmente a carolice que faltou a muita gente grande. Por essa altura referia também que a revista Programar era um projecto composto de mudança. Neste, coordenadores não saem ou entram por falhas que tenham ocorrido, problemas, ou discussões, a mudança simplesmente ocorre porque é assim que deve ser, e a perpetuação de alguém à frente de um projecto como este não apenas ao fim de algum tempo começa a trazer a não inovação que não se quer, como rapidamente o “síndrome do fundador” se estabelece e entorpece inevitavelmente em seu redor a vista às mentes que doutro modo mais longe poderiam ver. Isto tudo tem uma razão, não é que as capacidades de alguém que antes traria mudança ao projecto tenham de súbito desvanecido, é apenas o confirmar das exigências de uma vida que cada vez deixa menos tempo para todos os hobbies, de modo a prosseguir essa carreira que em hobby começou.
É portanto, não com pena, mas como satisfação que anuncio que chegou à altura do Joel Ramos e do Pedro Caldeira, há praticamente tanto tempo neste projecto como eu, tomarem as tarefas que lhes sempre estiveram destinadas, e as conduzirem da maneira que estes longos meses de aprendizagem lhes ensinaram. Tenho a certeza que conduzirão este projecto com saber e dedicação, e que trarão todas as inovações que sabemos serem possíveis mas que, tal como este projecto na sua gestação, precisam de um pequeno salto de fé para que se possam realizar.
Há de facto ainda muito a ser possível. Quem sabe um dia a distribuição de umas quantas edições em papel seja possível. Quem sabe se um dia cada estudante não gostaria de ter escrito pelo menos um artigo para este projecto. Quem sabe se este projecto até não poderá evoluir ou mudar de rumo de modo a se adaptar a outros meios que façam mais sentido nessa altura que o actualmente adoptado. Mas para tudo isto ser possível, terão de continuar a haver pessoas cujos rostos se podem ver nas páginas seguintes, que participam e ajudam estes que agora coordenam a realizar a árdua tarefa que têm em mãos.
Espero que, da minha parte, tenha cumprido as vossas expectativas. Já os novos coordenadores tenho a certeza que cumprirão.
Miguel Pais