Para os amantes da família Raspberry Pi, o Natal chegou mais cedo. O final de Novembro trouxe um novo membro à família Pi. O Zero. Dono de 1Ghz, single-core CPU e de 512MB RAM, as expectativas geradas em torno deste lançamento eram altas. O Zero não desiludiu quem o esperava impacientemente.
Como o próprio nome indica, quase que voltámos ao início. À simplicidade de um circuito. De uma ideia. Mais compacto, o novo Pi Zero é ligeiramente mais pequeno que o Raspberry Pi A+. Dimensões oficiais? 6.5cm x 3.52cm. É micro. Mas só no tamanho. As potencialidades são intensas (e imensas), bem à forma como a fundação Raspberry nos habituou.
Como o Zero não é só mais um membro desta família, sendo que aflora toda a vertente mais técnica dos utilizadores, vamos a comentários mais práticos… a porta USB passou a ter uma ficha micro USB. A porta HDMI passou a ser mini-HDMI. Caso seja necessário, podem (e devem) ser usados adaptadores externos (por exemplo para ligar ao monitor de casa).
Deixamos de ter os “pinos” de origem, nesta versão os headers deixam de estar soldados e são considerados um extra que o utilizador tem que tratar à posteriori, caso decida ligar por exemplo um flat-cable e/ou para que haja interacção entre o Pi Zero e outros circuitos. Outra vertente que deixamos de ter directamente é a saída S-VIDEO, também esta terá que ser soldada pelo utilizador.
Contudo à primeira olhadela o que salta mais depressa à vista é o facto do Raspberry Pi Zero não ter interface de rede.
Os mais distraídos podem ficar descansados pois a pequena placa pode ter acesso à internet. Basta para isso utilizar uma interface USB-Wifi. Para os mais corajosos e entusiastas da electrónica, podem ser usados os pinos GPIO14, GPI015, +5V para ligar o módulo Wifi UART, baseado em ESP8266 (expansão GPIO do Raspberry para ligar um modulo ESP8266-01, como mostra a imagem seguinte, por exemplo).
Apesar de teoricamente esta nova versão prometer cerca de 40% maior rapidez de resposta, na prática isso não se vislumbra propriamente. Contudo o Zero cumpre o que promete, e é o elemento mais pequeno da família, o que consome menos energia e também o mais económico aquando da aquisição.
Escusado será dizer que à semelhança do que aconteceu anteriormente, também esta versão do Raspberry esgotou nos primeiros dias, a primeira edição de 200.000 exemplares, uma vez que apesar de parecer “incompleta”, é a versão da família Pi que permite ao utilizador uma maior decisão e interacção/construção.
Em suma, apesar de toda a família Raspberry Pi ser destinada ao público em geral, uma vez que o mote da fundação é ensinar de forma simples e económica todos os interessados em aprender e dar os primeiros passos na programação, o Raspberry Pi Zero afasta-se um pouco do público em geral sendo que é quase um pequeno competidor do Arduino, sendo mais atractivo às pessoas que estejam a trabalhar ou a desenvolver projectos IoT. Por aqui só temos algo a dizer… Benvindo à família, Zero!