Regresso ao Trabalho

Voltamos a Setembro, mês do inevitável regresso às aulas para os estudantes portugueses, após as prolongadas e muito apreciadas férias de Verão. Subitamente, milhares de jovens vêem-se envolvidos numa corrida à preparação para as aulas, para muitos o famoso primeiro contacto com o Ensino Superior, as candidaturas, matrículas, e por vezes a adaptação a uma nova cidade. Todo este repentino movimento após as férias custa e não é propriamente agradável pensar no ano de trabalho que se avizinha, mas para projectos como o nosso, que vivem principalmente da vontade e disponibilidade de estudantes voluntários, este é o regresso à normalidade.

É natural que o Verão seja a época baixa no que diz respeito a qualquer tipo de actividade extra-profissional. No caso particular da revista, grande parte da equipa, incluindo redactores, revisores, colaboradores e mesmo coordenadores, esteve pouco disponível durante a preparação desta edição, o que nos obrigou a adiar o lançamento um mês, tal como no Verão passado – adiamento que lamentamos e quanto ao qual esperamos compreensão dos leitores. Contrariando a pouca participação, destacamos e agradecemos ao nosso editor António Silva, pela forma como conseguiu, de forma autónoma e praticamente individual, transformar um conjunto de artigos em mais uma edição que esperamos estar à altura das anteriores.

Se, por um lado, podemos agradecer os esforços dos que construíram esta edição e têm permitido manter este projecto mais ou menos regular, por outro as dificuldades que enfrentamos nestes períodos de férias exigem reflexão. Não há forma de garantir que uma edição terá participação suficiente, e são momentos como este que nos mostram quão abalável é um projecto desta dimensão que julgamos sólido, pelo simples facto de sermos uma equipa de voluntários e de não haver quaisquer obrigações por parte dos colaboradores. Provavelmente este é um problema comum a todos os projectos deste tipo que exigem actividade regular, mas é importante minimizá-lo e encontrar alternativas que nos permitam evitar o fracasso.

É simples apontar o que há a fazer. Preparar cada edição exige participação e trabalho de todo o tipo de colaboradores, e se grande parte se revela indisponível nestes períodos – indisponibilidade que não é, de forma nenhuma, condenável – é necessário alargar a equipa, procurando novos interessados em participar. A tendência a reduzir o ritmo de trabalho à medida que se prolonga a sua colaboração é outro factor que mostra a importância de promover a rotatividade e evitar a estagnação na equipa, introduzindo regularmente membros novos e motivados, produzindo mais e melhor conteúdo antecipadamente, para que se assegure a regularidade e a solidez do projecto face a estes obstáculos. E é por isso que a vossa vontade, a capacidade de darem o passo e passarem de leitores a colaboradores, é vital para este projecto. Colaborem.

Pedro Abreu