Sejam bem-vindos a mais um artigo sobre o fantástico tema do SEO—Search Engine Optimization. Para os que lêem pela primeira vez esta série de artigos, sobre a temática da optimização de websites para os motores de pesquisa, aconselho a uma leitura das edições n.º 34, 36 e 37 da Revista PROGRAMAR, aquela que é a publicação de referência da comunidade Portugal-a-Programar, mais concretamente a minha série de artigos sobre este assunto cada vez mais relevante no panorama web.
Agora que já abordámos alguns dos conceitos base do SEO, podemos entrar em questões mais técnicas e específicas desta “arte” de atrair tráfego para os nossos portais na internet, i.e. através dos resultados das pesquisas nos motores de busca, como é exemplo o líder de mercado do sector, o Google.
No artigo anterior percebemos que logo desde o início do processo de concepção de um site, há que ter em mente algumas preocupações, ao nível da optimização para motores de busca, questões essas que chegam ao nível da própria escolha do nome do domínio. Nomes de domínio ricos em palavras-chave, ou keywords, podem fazer toda a diferença.
Outro aspecto muito importante prende-se com a própria estrutura do site. Vimos também que uma estrutura bem pensada, aliada à estratégia da escolha das palavras-chave relevantes para o negócio em questão, é uma grande mais- valia para a optimização SEO de um website, assim como este também se torna mais amigável para os visitantes, o público alvo derradeiro de um site.
A Usabilidade
Ora este campo da “amigabilidade” de um site, ou melhor, da sua usabilidade para o visitante, é muitas vezes descurado em prol do design ou de outros factores relacionados com a arquitectura dos portais. Contudo quero desde já chamar a atenção aos leitores de que o SEO e a usabilidade, caminham de braço dado, sendo imprescindíveis para que consigamos obter os resultados que pretendemos, ou seja, que os motores de busca coloquem o seu foco sobre nós.
Mas o que é isto da usabilidade? Muito resumidamente, a usabilidade de um site é uma característica inerente ao desenvolvimento de um portal e que garante que o mesmo é construído em função da facilidade de utilização por parte dos seus visitantes. Deverá ser garantido que um utilizador comum, sem qualquer treino ou formação especial, será capaz de navegar num site, de forma natural e intuitiva.
De acordo com as directrizes da Google, quanto maior for a usabilidade de um portal, mais impacto terá este factor para o seu ranking. É claro que esta vertente não é “pesada” de forma directa, mas é uma das variáveis que contribuem para a atribuição do rank a um site.
Todas as estruturas de navegação de um site, menus, links, etc., devem de ser construídas e apresentadas ao utilizador, da forma mais simples possível e que tornem a sua experiência mais fluida e simples. Não devem de ser necessários muitos cliques para um utilizador chegar à página que deseja. Aqui devemos de aplicar a “Regra dos três cliques”, ou seja, para um utilizador que chegue à nossa página principal (por exemplo: index.html), não devem de ser necessários mais de três cliques (de link em link) para que atinja a página com a informação que desejava. Embora os sistemas de software que percorrem e indexam os sites, os crawlers, não sejam humanos, os seus algoritmos foram desenhados para que simulem a experiência de navegação de um humano. No fundo há que ter sempre presente o facto de que um site é desenvolvido para pessoas e que os motores de busca procuram ao máximo satisfazer as suas necessidades, na procura por informação no vasto oceano que é a internet.
Breadcrumbs
Um bom site deve conter um sistema de permita ao utilizador saber sempre onde está, e qual o caminho que já percorreu até à página onde se encontra. O termo breadcrumbs (migalhas em Português), é originário dos contos populares de Hansel and Gretel, onde os jovens deitavam migalhas de pão no chão da floresta, para que lhes fosse possível identificar o caminho de volta, seguindo as migalhas.
Esta técnica é muito comum e presente nos sites que visitamos pela internet, e pode ser reconhecido aqui no exemplo do site da comunidade Portugal-a-Programar, assinalado com um rectângulo a vermelho.
Para além do visitante conseguir perceber onde se encontra, dentro da profundidade dos níveis da própria estrutura do site, existe sempre a possibilidade de saltar para um nível mais acima, se as palavras que constituem a estrutura do breadcrumb forem, como é desejável, clicáveis, ou seja, contendo hiperligações que ao clicarmos com o rato, nos permitem ir directamente para a secção respectiva.
Para além de uma estrutura organizada e coerente no que diz respeito aos conteúdos e orgânica do site, todas as páginas e subpáginas que o constituem devem de possuir uma hiperligação para a página inicial. Até as indesejadas páginas de erro 404 (página não encontrada) deverão possuir este link, de forma a permitir ao cibernauta o regresso ao site.
Texto-âncora
O texto que compõe uma hiperligação, ou também conhecido por texto-âncora, deverá ser ele também rico em keywords, tal como o código que constitui o URL (Universal Resource Locator) o deverá ser, potenciando ainda mais esta técnica SEO, tal como podemos observar no exemplo seguinte:
<a href="pneus-para-camiao.html">Pneus para Camião</a>
Ainda no campo da usabilidade, não nos esqueçamos das imagens. Estas são uma parte fundamental de um site. São elas que tornam os conteúdos mais ricos e propensos a serem visitados pelos cibernautas. Contudo e apesar de os agentes dos motores de busca serem “cegos” para as imagens, existem alguns atributos que não podem ser esquecidos e que são muito valorizados pelos sites de pesquisa na internet, como o atributo ALT
, que permite inserir um texto descritivo e alternativo sobre a imagem em causa, como no exemplo seguinte, nos atributos da tag IMG
:
<img src="pneu-inverno-radial.jpg" alt="Pneu xpto para inverno" />
Para além de permitir ao motor de busca identificar e catalogar a imagem (nota: a pesquisa por imagens também pode ser uma grande fonte de tráfego para um site), este é o texto que surge na página no local da imagem, caso a mesma não seja carregada por algum motivo ou erro de servidor, permitindo ao utilizador perceber o que iria visualizar caso a página fosse apresentada sem problemas.
Demografia
Conhecer o público-alvo do nosso negócio é também uma tarefa importantíssima e inerente ao trabalho de o consultor SEO. Diferentes tipos de público requerem diferentes formas de posicionar o conteúdo e até mesmo em última instância a estrutura de um portal. Se por exemplo o nosso site comercializa artigos para geeks, a linguagem que utilizamos no texto terá de ser diferente do caso de que se tratasse de roupa. E onde é que isto envolve os motores de busca, perguntarão vocês, leitores. Ora se estamos focados em canalizar mais tráfego e visitas oriundas de motores de busca, temos de nos colocar no lugar de quem efectua as pesquisas e quais os termos que eles colocam no campo de pesquisa. Se conseguirmos pensar como o nosso público-alvo, também iremos conseguir produzir conteúdos orientados para eles, com maior riqueza de keywords específicas ao tema em concreto. Pessoas dentro de faixas etárias diferentes também empregam termos diferentes. Assim acontece com diferentes grupos, etnias, etc. Sites que comercializam ou divulgam produtos relativos a determinados nichos, deverão ser orientados para esses consumidores específicos. Lembram-se de eu ter referido no artigo anterior que uma das preocupações principais de um consultor é o de conhecer com detalhe o negócio do cliente? Pois é neste sentido que isso faz toda a diferença.
Acessibilidade
Um tema bastante esquecido na maioria das vezes.
Quando nos encomendam o desenvolvimento de um website, temos uma grande preocupação com a vertente estética e o design, depressa esquecendo que um site deve ser construído para todos os possíveis visitantes, e não apenas para os felizardos que não possuem deficiências. Os motores de busca também valorizam esta preocupação e embora este seja um tema bastante vasto, apenas vos quero chamar a atenção para a vertente SEO, deixando aqui um link que vos poderá ser útil para quem pretender obter mais documentação: http://www.w3.org/WAI/
Sim, são tudo pequenos pormenores num manancial de técnicas SEO, mas todos estes detalhes somados, totalizam a grande diferença no final. A concorrência na web é feroz e cada aspecto que nos possa colocar na linha da frente deverá ser valorizado.
E por agora ficamos por aqui. No próximo artigo irei entrar em detalhe no campo das keywords (palavras-chave) e quais as melhores ferramentas e técnicas para as encontrar e dessa forma melhor valorizar as vossas páginas. Boas leituras e até à próxima!