Desde março de 2006 que a chegamos junto de vós leitores, com a coragem, brio, humildade, profissionalismo, vontade, que compõem e editam esta Revista.
O tempo passa e como tudo, a tecnologia amadurece. Nós também temos feito o nosso esforço nesse sentido, dando o nosso melhor, voluntariamente para vos trazer esta publicação.
Ao contrário de tanta outra coisa em tecnologia, não temos o “garbage colector”, nem um TTL com duração definida. Não precisamos de “destruir objectos”, não temos essa preocupação, pois as referências não são apagadas, são guardadas como lições para as edições seguintes.
Além poderá pensar porquê este titulo! Mais uma mensagem de erro? Não, é bem isso, é uma mensagem de certeza, de confiança de vontade, da certeza de que iremos continuar cá, que faremos melhor, a cada edição, que apesar das mudanças, e dos tempos de mudança, nós não vamos “desistir”, não vamos “deixar de existir”, não vamos parar.
Em março de 2006 um grupo de pessoas entusiasmadas pelo projecto, lançou a primeira edição da Revista PROGRAMAR. Numa altura em que não se encontravam boas publicações de programação, escritas em português, para quem lê português! Em Junho de 2012, seis anos depois, a revista continua, não parou, não esmoreceu, não morreu, não “baixou a guarda”. Bimestralmente voltamos com uma nova edição! Por vezes com esforço e noitadas, mas muito boa vontade! A boa vontade, que nos pauta, que nos compõe, a boa vontade de que esta revista é feita!
Por brincadeira, esta semana que passou, enquanto trabalhava na revista, pediram- me que a comparasse com alguma coisa do mundo da tecnologia… “Estranho pedido”, pensei! Mas sem grandes pensamentos, disse que não a poderia definir em nenhuma linguagem de programação, sem ser “tendencioso”, por esse motivo aquilo que eu via na tecnologia que se assemelha à revista, seria um pacote IPv4, pois tal como os pacotes IPv4 temos um “Header”, que contem a versão (no nosso caso a edição), um “internet header length” (no nosso caso o tamanho do header), o “Differentiated Services Code Point”, o “Explicit Congestion Notification”, (quando por algum motivo atrasamos uns dias a edição), o Total Length (o tamanho total da edição), a “Identification”, os restantes 16 bits referentes às flags e fragment off-set, seguidos daqueles oito bits que para mim são os mais importantes, o Time-To-Live, que para nós será 255 (tempo indefinido), pois não prevemos parar de trabalhar. Prevemos crescer e continuar a fazer um trabalho cada vez melhor, feito por vós e por nós, para vós leitores da revista. Os 32 bits que se seguem, somos nós equipe e comunidade que edita a revista, os outros 32bits são todos os nosso leitores (vocês). Os últimos 32bits são tudo aquilo que a revista é.
Face a esta resposta, quem me perguntou, ficou sem argumentação, dizendo apenas “bem definido”. É a primeira vez que escrevo um editorial sem pensar duas vezes, idealizado num momento, no meio de uma conversa, mas com muito sentido, para mim.
Até à próxima edição!
António Santos